O Alentejo é a zona do país com maior prevalência de insuficiência cardíaca, com 29,17 por cento, valor muito superior à média nacional.
Os dados do último estudo nacional que avaliou a prevalência de insuficiência cardíaca na população portuguesa, indicam ainda que a prevalência passa de 4% em pessoas entre os 50 e 59 anos para 31% na população com mais de 70 anos.
O estudo, realizado por iniciativa da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da AstraZeneca, em parceria com a NOVA Medical School, confirma que muitos dos doentes com insuficiência cardíaca desconheciam o diagnóstico, mais de 90% dos doentes não tinham conhecimento que sofriam de insuficiência cardíaca, sobretudo as mulheres e as pessoas com mais de 70 anos.
O resultado mostra uma grande disparidade no que diz respeito à prevalência, com zonas onde esta é muito superior à média nacional, como é o caso da região Alentejo (29,17%) ou a de Lisboa e Vale do Tejo (18,84%), que se destacam com os valores mais altos. Segue-se a zona Centro (17,90%), o Norte (12,93%) e o Algarve (6,61%), esta a região com a prevalência mais baixa.
Perante estes dados, a investigadora principal do estudo, Cristina Gavina, considera que “estamos perante um problema de saúde pública com uma dimensão muito considerável”, alertando que “o mais importante é a prevenção, não só dos fatores de risco que podem conduzir à insuficiência cardíaca, mas também de um diagnóstico precoce de quem já tem a síndrome e não tem, por falta de conhecimento, acesso ao tratamento.”
A síndrome de insuficiência cardíaca é, hoje em dia, um dos problemas de saúde mais comum no mundo desenvolvido. É a principal causa de internamento hospitalar acima dos 65 anos e a sua mortalidade pode chegar aos 50% ao fim de 5 anos.