
Joia gastronómica da região, o porco alentejano é mote para o festival “Saberes e Sabores”, em Arronches, em defesa de uma raça “em vias de extinção”.
Na inauguração do evento, que decorre até domingo no Multiusos do Rossio, o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, reconheceu que os apoios do Governo ao montado são “manifestamente insuficientes”, o que levou a um momento “muito crítico”.
Segundo João Moura, em 2012 existiam 12 mil porcas reprodutoras em Portugal, número que em 2024 desceu para 3.700, “dados preocupantes”, que exigem ação para “inverter esta tendência”.
O governante reitera que “o montado tem que ser apoiado e nele tem que coabitar o porco alentejano”, defendendo incentivos à produção e à transformação em território português.
O presidente da Câmara de Arronches, João Crespo, salientou que um dos objetivos do festival é chamar a atenção e encontrar soluções que permitam preservar o porco alentejano.
O autarca lamentou que este setor não tenha sido “devidamente acompanhado pelos sucessivos Governos” considerando tratar-se de um património “relevante para a economia e identidade”, que merece ser reconhecido e valorizado.
A primeira edição do festival “Saberes e Sabores do Porco Alentejano” conta com cerca de duas dezenas de expositores, dois restaurantes, sessões de showcooking, conferências, espetáculos musicais e exposições.
Dividido em dois pavilhões, o evento apresenta o espaço “Saberes e Património” e o espaço “Sabores e Melodia”. Este último é dedicado à restauração e aos espetáculos musicais.