
A arte da olaria em Nisa ficou mais silenciosa esta quarta-feira com o falecimento de Mestre António Pequito, aos 82 anos — uma figura lendária e o mais antigo oleiro da região.
Natural de Nisa, nascido em 1942, Pequito iniciou-se na arte de moldar o barro aos 10 anos, logo após concluir a 4.ª classe, sob a tutela de Joaquim Piedade, conhecido como “Batata”.
Em 1957, fundou a sua própria olaria, apenas interrompida pelo serviço militar em Angola. Ao regressar em 1965, retomou a paixão que o acompanharia até ao fim dos seus dias.
A sua vida foi dedicada à Olaria Pedrada, uma técnica ancestral que utiliza quartzo branco para decorar peças como cantarinhas. Graças ao seu empenho, esta arte singular ganhou reconhecimento nacional e internacional, tornando-se símbolo da identidade cultural nizorra.
A argila da Serra de São Miguel, moldada pelas suas mãos experientes, deu origem a peças que cruzavam funcionalidade com beleza e tradição.
O Município de Nisa expressou profundo pesar pela perda do mestre, sublinhando o seu papel essencial na preservação e transmissão dos saberes artesanais.
