Portalegre foi o distrito onde menos médicos aderiram à dedicação plena ao SNS. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que na Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo só cinco médicos é que aderiram ao novo regime, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2024.
O regime de dedicação plena implica um horário de 35 horas semanais, com um acréscimo de cinco horas. Além disso, prevê o aumento do teto máximo de horas extras para 250 e a possibilidade de trabalho aos sábados para médicos que não realizam urgências. Em contrapartida, é garantido um suplemento de 25% sobre o salário base.
Em declarações à Rádio Portalegre, o presidente da sub-região de Portalegre da Ordem dos Médicos, Hugo Capote, não se mostrou surpreendido com a fraca adesão dos médicos da ULS do Alto Alentejo à dedicação plena.
Hugo Capote justificou a baixa adesão com o facto de a população médica no distrito estar muito envelhecida e “estar-se nas tintas” para o aumento salarial proposto pela dedicação plena.
Segundo o dirigente, a maioria dos médicos, com idades entre 60 e 62 anos, tem um horário de 35 horas semanais e não presta serviço aos sábados.
Na Unidade Local de Saúde (ULS) do Baixo Alentejo aderiram à dedicação plena um total de 15 médicos, na ULS do Alentejo Central 11 e na ULS do Litoral Alentejano 6.