Décadas depois das primeiras promessas, o arranque oficial da obra da barragem do Pisão, no concelho do Crato, foi assinalado esta segunda feira (22 de setembro), já com as máquinas no terreno, em manobras de terraplanagem.

Para Hugo Hilário, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), entidade promotora da obra, este é um dia “muito especial”, é a prova e a materialização de um projeto que será transformador deste território.

Segundo Hugo Hilário, a transformação vai ocorrer a vários níveis, desde logo na produção de energia, que assegurará mais de 60% do consumo do Alto Alentejo; o abastecimento público de água, o regadio, as novas culturas e o turismo.

O dirigente acrescentou que esta é a maior obra liderada por uma comunidade intermunicipal, com um investimento de mais de 220 milhões de euros e um prazo de execução de 910 dias.

O presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, não escondeu a emoção deste marco importante e voltou a salientar a união dos autarcas dos 15 concelhos do Alto Alentejo em torno desta obra, o que apelidou de uma liderança de “bravos”.

O autarca mostrou-se grato por este momento de arranque da “maior obra” do distrito de Portalegre, que diz ser sinónimo de esperança, mas também de “muita responsabilidade, que requer o compromisso de todos”.

Entre as preocupações de futuro estão a deslocalização da aldeia do Pisão, que vai ficar submersa, a definição de regras para a agricultura e pecuária, atracão de investimento para a área da energia e para o turismo.

O arranque oficial da obra contou com a presença de vários autarcas e do Governo, representado pelo secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis.

O governante lembrou que a população da aldeia do Pisão espera esta obra há mais de 65 anos e disse tratar-se de um investimento “estruturante que irá alterar a configuração do Alto Alentejo”, promovendo a coesão territorial e o desenvolvimento regional .

A obra da barragem do Pisão, financiada pelo Orçamento do Estado, vai custar 222 milhões de euros. A primeira fase da empreitada envolve a construção de dois estaleiros e mais de 300 trabalhadores. A futura albufeira vai inundar uma área de 726 hectares.